O mercado já possui convicção de que o Comitê de Política Monetária (Copom) irá encerrar o ciclo de restrição monetária nesta reunião em 30 de agosto. As Opções de Copom sugerem que a aposta na manutenção da Selic em 15% equivale a R$ 96,17 — quanto maior o valor, maior a possibilidade atribuída ao cenário.
A provável resolução já foi adiantada pelos integrantes do Banco Central (BC). No pronunciamento da decisão anterior, eles apontaram uma mudança de direção na política monetária para avaliar os efeitos dos ajustes já implementados.
Adicionalmente, os diretores mencionaram a manutenção das taxas de juros no patamar atual por um período “muito extenso”.



De acordo com a XP Investimentos, o Copom deve reforçar a estratégia de “aguardar para observar”. O principal economista, Caio Megale, e os especialistas Alexandre Maluf e Rodolfo Margato afirmam que a política monetária restritiva já está gerando resultados na economia.
O real se valorizou aproximadamente 10% neste ano e o consumo interno mostra indícios de desaceleração, impulsionado pelos setores mais suscetíveis ao crédito — esses elementos melhoram as previsões de inflação a curto prazo. Adicionalmente, as expectativas recuaram para 2025 e 2026.
No mesmo sentido, o BTG Pactual menciona que os dados divulgados desde a decisão de junho — tanto sobre preços quanto atividades — ficaram aquém do esperado, mas não apresentaram surpresas que justifiquem uma reavaliação da política monetária.
Os analistas Bruno Balassiano, Bruno Martins e Iana Ferrão afirmam que o pronunciamento deve reiterar que os ajustes nas taxas de juros Selic continuam dependentes de evidências sólidas de convergência da inflação para a meta. Eles ressaltam que — diante de expectativas desalinhadas — esse procedimento requer juros restritivos por um período prolongado.
O JP Morgan não prevê alterações significativas no pronunciamento, mas aponta que pode haver menção à imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros anunciada pelos Estados Unidos.
Os economistas Cassiana Fernandez, Mirella Sampaio e Vinicius Moreira alegam que o Copom deve ressaltar apenas as incertezas em relação aos possíveis impactos do potencial choque tarifário, embora o aumento das tensões e o esperado acréscimo tarifário possam contribuir para a desaceleração econômica.
Ainda é prematuro falar sobre cortes na Selic
Fonte: Money Times