Registrou-se uma queda de 4,2% nas transações do setor comercial brasileiro em junho em relação a maio, de acordo com o Indicador do Varejo Stone (IVS). Em contraste com o mesmo período no ano passado, a diminuição foi ainda maior, atingindo 4,6%. No acumulado do primeiro semestre de 2025, as atividades de vendas varejistas registraram uma diminuição de 0,5% em comparação com o último semestre de 2024.
Analisando a distinção entre o comércio digital e físico, observa-se que o comércio digital diminuiu em 4,5% em junho, enquanto o varejo físico também teve queda, com redução de 3,4%. No comparativo anual, o comércio digital apresentou retração de 10,6%, e o físico registrou queda de 4%.
Todas as oito categorias analisadas pelo IVS tiveram queda no período. O setor de Móveis e Eletrodomésticos liderou as perdas, com declínio de 6,4%, seguido por Material de Construção (6,3%), Outros Artigos de Uso Pessoal e Doméstico (4,3%) e Hipermercados, Supermercados, Produtos Alimentícios, Bebidas e Fumo (3,7%). Também registraram queda Artigos Farmacêuticos (2,8%), Tecidos, Vestuário e Calçados (2,3%), Combustíveis e Lubrificantes (1,7%) e Livros, Jornais, Revistas e Papelaria (0,3%).
No comparativo anual por segmentos, apenas o setor de Livros, Jornais, Revistas e Papelaria obteve aumento, de 1,5%. Os declínios mais significativos foram observados em Móveis e Eletrodomésticos (–8,7%), Outros Artigos de Uso Pessoal e Doméstico (–6%), Material de Construção (–5,8%) e Hipermercados e Supermercados (–4,3%).
Situação econômica geral
O analista econômico e especialista em dados da Stone, Guilherme Freitas, declara que os números de junho “reforçam a ideia de que a economia brasileira está passando por um período de perda de dinamismo”. De acordo com ele, apesar do aumento de empregos formais e da redução na taxa de desemprego, o mercado de trabalho indica sinais de desaceleração.
“A elevação de preços está desacelerando, porém esse movimento parece estar mais relacionado à fragilidade da atividade econômica do que a progressos estruturais. E a alta proporção da renda familiar comprometida com dívidas continua sendo um fator de pressão sobre o consumo”, observa.
Foi publicado hoje (10) o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A inflação aumentou 0,24% em junho, indicando uma desaceleração em relação à elevação de 0,26% registrada em maio.
Ao analisar os perfis de consumo, os setores mais sensíveis à renda declinaram 3,7% em junho, enquanto os setores sensíveis ao financiamento diminuíram 3,9%. Em termos anuais, as reduções foram de 3,4% e 5%, respectivamente. No acumulado do semestre, os declínios foram mais moderados: –0,2% e –0,3%.
As áreas relacionadas à renda englobam supermercados e farmácias, enquanto os segmentos suscetíveis ao crédito incluem móveis, eletrodomésticos, vestuário e veículos — todos com consumo mais esporádico e valor agregado maior.
Apenas quatro estados testemunharam crescimento anual nas vendas: Amapá (4,5%), Tocantins (3,8%), Roraima (3,7%) e Pernambuco (0,4%). No restante do país, predominou a tendência de retração, com destaque para o Rio Grande do Sul (–14%), ainda sofrendo os efeitos das enchentes, além de Amazonas (–7%), Mato Grosso do Sul (–6,5%) e Distrito Federal (–4,9%).
Fonte: Money Times