Dora Zanin, que atua na produção rural, referiu-se ao Plano Agrícola e Pecuário 2025/2026 como ambíguo, deixando a desejar para o setor, em diálogo com o Money Times.
“Somente a metade desse montante de R$ 516,2 bilhões que o Governo vai emprestar provém, o restante é oriundo dos bancos. Quem consegue suportar uma taxa Selic de 15%? O produtor arcara com R$ 60 bilhões somente em juros. E a assistência agrícola permanece carente de investimentos, principalmente diante dos desafios enfrentados pelo Rio Grande do Sul com enchentes e geadas. O Governo diminuiu R$ 450 milhões na safra anterior e até o momento nada foi revelado. Há uma tentativa de dar a imagem que o Governo subsidia o setor, porém não é verdade. É um segmento que enfrenta uma elevada carga tributária e falta de previsibilidade”, comenta.
Com atividades no Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná, Zanin é integrante do Comitê Mulheres do Campo da Sociedade Rural Brasileira (SRB), prevê que veremos novas demandas de reestruturação financeira e destaca as situações da Lavoro e AgroGalaxy (AGXY3). As declarações da produtora seguem a mesma linha defendida pela Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA).



“Os recursos destinados à agricultura familiar (R$ 89 bilhões) terão o mesmo tratamento que as anunciadas para o Plano Safra corporativo? As negociações são equânimes? Quais são os critérios? Apenas a metade desse montante será emprestada a juros baixos?”, questiona.
Ela espera que a tributação das Cédulas de Produto Rural (CPR), relevante recurso de financiamento para a atividade, seja revogada pela FPA, da mesma forma que ocorreu com o Imposto sobre Transações Financeiras (ITF).
Fonte: Money Times