Em meio à disputa comercial liderada por Donald Trump, os Estados Unidos sofreram um revés após o presidente recuar nas tarifas reciprocas e anunciar uma pausa nas medidas tarifárias propostas na semana anterior.
Por um prazo de 90 dias, a taxa será de apenas 10% – exceto para a China, que teve sua tarifa aumentada para 125%, iniciando uma série de retaliações entre as duas maiores economias globais. Trump cedeu diante da forte queda nos mercados e da pressão dos grandes empresários americanos, preocupados com o possível aumento de custos decorrente das tarifas impostas.
Além disso, a postura firme da China em não se curvar às exigências do presidente americano foi mal recebida, incentivando outros países, como o Canadá e a União Europeia, a revidarem o aumento das tarifas.



Nos últimos dias, Trump tentou, em várias ocasiões, estabelecer contato com Xi Jinping, esperando por uma negociação que não se concretizou. A resposta de Pequim foi clara: eles lutariam “até o fim” se os EUA persistissem com as tarifas sobre produtos chineses.
Com o recuo de Trump, o mercado registrou uma reviravolta e conseguiu recuperar as perdas dos últimos dias.
O S&P 500, por exemplo, teve o maior ganho diário desde 2008. Já o índice Nasdaq, que concentra as principais empresas de tecnologia, também obteve seu maior avanço diário desde janeiro de 2001 e o segundo melhor desempenho intraday da história.
O Dow Jones encerrou a sessão com o maior avanço desde março de 2020.
Enquanto aguardam os desdobramentos da disputa comercial, os investidores direcionam a atenção para o Índice de Preços ao Consumidor (CPI, em inglês) dos Estados Unidos.
As projeções indicam uma desaceleração tanto mensal quanto anual, com uma alta de 0,10% em março e 2,6% nos últimos 12 meses. Além disso, os economistas preveem que os impactos do aumento das tarifas começarão a se refletir em alguns setores.
Vale ressaltar que o Federal Reserve está monitorando de perto a evolução dos preços, como evidenciado na ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), que expressou preocupação com os efeitos das medidas de Trump.
As bolsas asiáticas encerraram em alta, com destaque para a bolsa de Tóquio, que disparou mais de 9%. O mercado europeu está em ascensão, enquanto os futuros de Wall Street registram movimento negativo.
O que esperar do Ibovespa
No mercado nacional, os investidores aguardam os dados do setor de serviços; prevê-se estabilidade para fevereiro.
Além disso, a preocupação com a guerra comercial persiste. O Brasil juntou-se aos países que adotaram um tom enérgico em relação aos Estados Unidos. Mesmo com esforços de negociação por parte do governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que qualquer ação terá reciprocidade.
Após participar da cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), Lula afirmou que o Brasil recorrerá à Organização Mundial do Comércio (OMC) ou adotará medidas de reciprocidade. Além disso, o presidente assegurou que utilizará todas as estratégias de negociação ao seu dispor.
No último pregão, o Ibovespa (IBOV) experimentou mais uma sessão marcada por volatilidade. No entanto, o índice ganhou força, consolidou uma alta e avançou quase 4 mil pontos na segunda metade da sessão, impulsionado pelo alívio temporário das tarifas de importação dos Estados Unidos.
O principal índice da bolsa brasileira encerrou a 127.795,93 pontos, representando um aumento de 3,12%.
O dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações em R$ 5,8473, registrando uma queda de 2,51% em relação ao real, o menor nível em um mês.
O iShares MSCI Brazil (EWZ), o principal fundo de índice (ETF) brasileiro em Nova York, teve uma queda de 0,24% no after-market de ontem, sendo negociado a US$ 24,65.
Agenda: Confira a programação para hoje
Indicadores econômicos
Agenda – Lula
Agenda – Fernando Haddad
Agenda – Gabriel Galípolo
Morning Times: Veja a situação dos mercados nesta quinta-feira (10)
Bolsas asiáticas
Bolsas europeias (mercado aberto)
Wall Street (mercado futuro)
Commodities
Criptomoedas
Ótima quinta-feira e acompanhe as atualizações do mercado no Money Times!
Fonte: Money Times