Nesta quinta-feira (10), o líder conhecido como Luiz Inácio Lula da Silva promoveu uma reunião no Palácio da Alvorada para discutir a reação do Brasil à declaração do chefe dos Estados Unidos, Donald Trump, de estabelecer tarifas de 50% sobre as importações brasileiras.
O governo brasileiro também anunciou a formação de um grupo de estudos, conforme a Casa Civil, com o intuito de definir qual será a resposta a ser adotada diante da imposição das tarifas, previstas para entrar em vigor a partir de 1º de agosto.
Segundo informações de fontes do Palácio do Planalto à Reuters, o governo está avaliando a resposta a ser tomada e a perspectiva é de que não tomará uma atitude imediata. Uma das fontes mencionou que houve uma reação rápida na noite de quarta-feira por parte de Lula em comunicado oficial, sugerindo a possibilidade de recorrer à Lei da Reciprocidade, mas agora está em discussão a opção de busca de soluções via meios diplomáticos para avaliar a eficácia e abrangência da medida anunciada.


Ao anunciar as tarifas de 50% na quarta-feira, Trump citou alegações de decisões judiciais do Supremo Tribunal Federal (STF) que ele considera injustas em relação ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que está sob julgamento por tentativa de golpe de Estado, e as grandes empresas de tecnologia dos EUA.
Lula respondeu oficialmente declarando que qualquer aumento unilateral de tarifas contra o Brasil será contraposto com reciprocidade, e salientou que o Brasil é um “país soberano com instituições independentes que não aceitará interferência externa”.
Conforme reportado pelo jornal O Estado de S. Paulo, uma das propostas em análise dentro do governo para reagir à declaração de Trump é a revogação das patentes de medicamentos dos EUA, além de outras medidas relacionadas à propriedade intelectual.
A CNN Brasil mencionou também a possibilidade de ações na área de propriedade intelectual, juntamente com a taxação de dividendos distribuídos por empresas multinacionais dos EUA estabelecidas no Brasil. A emissora informou ainda que o governo está considerando recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC).
No primeiro conjunto de tarifas em abril contra vários países, Trump havia imposto uma taxa adicional de 10% sobre produtos brasileiros, medida que foi bem recebida pelo Brasil diante dos aumentos significativamente maiores determinados pelo presidente dos EUA a outros países.
Fonte: Money Times