O ministro responsável pela Economia, Fernando Haddad, anunciou hoje que o governo terá que decidir até o último dia desta semana de que forma irá equilibrar as finanças para compensar a redução na arrecadação devido à diminuição parcial das taxas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Durante uma entrevista coletiva concedida após a conferência Nova Indústria Brasil, realizada no Rio de Janeiro, Haddad mencionou que serão adotadas medidas de contingenciamento adicionais ou substituições para realizar essa compensação, sem detalhar mais sobre as duas possibilidades.
“Até o término desta semana, teremos que optar por uma solução, seja por meio de mais contingenciamento ou por substituições. Até o fim da semana, essa determinação será feita”, comunicou o ministro aos repórteres presentes.


Ele destacou que é interesse do governo resolver as questões fiscais e monetárias o mais rapidamente possível de modo a garantir o contínuo crescimento econômico do Brasil.
Na última quinta-feira, o grupo econômico divulgou a redução de 31,3 bilhões nos gastos de diversos ministérios e o aumento das taxas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), inicialmente previsto para arrecadar R$ 20,5 bilhões, como parte das medidas para cumprir as metas e regulamentos fiscais estabelecidos.
Após críticas à proposta de aumento do IOF, o governo voltou atrás em alguns pontos da medida horas após seu anúncio. Haddad declarou em uma coletiva de imprensa na sexta-feira que a reversão parcial teria um impacto de cerca de R$ 2 bilhões ainda neste ano.
O objetivo do governo para este ano é alcançar um equilíbrio fiscal primário zero, mesma meta estabelecida no ano anterior.
Mudando o rumo do déficit
Durante o evento anteriormente mencionado, Haddad expressou que o governo está buscando “mudar o cenário” em relação ao déficit primário crônico das contas públicas, enfatizando que a responsabilidade pelo equilíbrio orçamentário é compartilhada por todos.
Ele afirmou que há diversas despesas pré-existentes aprovadas pelo Congresso sem uma fonte de financiamento definida, fazendo com que o governo seja obrigado a implementá-las.
“Precisamos compreender que é nosso dever honrar os compromissos assumidos pelo Congresso, muitos dos quais são obrigações constitucionais. Estamos cumprindo isso da melhor forma possível, tentando reverter o cenário de um déficit primário contínuo”, afirmou o ministro.
Haddad indicou que o governo tem obtido progressos, com apoio de uma parcela do Congresso, no sentido de “estabilizar o Orçamento” e criar “as bases macroeconômicas para a recuperação do setor industrial”.
Discorrendo sobre a indústria, Haddad mencionou que a maior realização do governo nesse setor é a reforma tributária, e que os impactos dessa medida no ambiente de negócios do país serão “excepcionais”.
O ministro defendeu que outra conquista do Executivo para o setor tem sido a retomada dos investimentos em infraestrutura por meio de concessões e parcerias público-privadas, o que proporciona maior competitividade para os produtores.
“Todas essas transformações foram feitas em apenas dois anos de trabalho, resultando em mudanças significativas. E a tendência é melhorar ainda mais”, concluiu.
Fonte: Money Times