O usuário de expresso nos Estados Unidos vai ser prejudicado com a taxação de 50% anunciada pelo líder norte-americano, Donald Trump, ao Brasil, que se destaca como o principal fornecedor do produto à nação, revelou nesta quarta-feira o dirigente do Conselho dos Vendedores de Café do Brasil (Cecafé), Marcos Matos.
Matos afirmou que a organização acompanha de forma bastante cuidadosa a discussão sobre taxas dos EUA, que representam o maior mercado consumidor de café do mundo, enquanto o Brasil é o principal produtor e negociante.
Ele realçou que os exportadores de café mantêm a esperança de que a “razoabilidade e a consistência de mercado” se sobressaiam, visto que estão envolvidos em uma “agenda construtiva” junto a colaboradores nos EUA desde o anúncio anterior do governo estadunidense de uma tarifa inicial de 10% em produtos brasileiros.
O segmento tem advogado para que o café seja adicionado a uma lista de exceções isenta de taxas nos EUA, em ações que contam com o apoio da Associação Nacional do Café (NCA) dos EUA.
Matos recordou que, com uma tarifa de 10%, o Brasil estava com alguma vantagem competitiva em relação a outros grandes fabricantes de café também tributados, como Vietnã e Indonésia.
“Nós temos confiança de que a racionalidade prevaleça, a constância de mercado, pois sabemos que quem vai ser prejudicado é o comprador norte-americano. E tudo que causa impactos ao consumo é prejudicial para o fluxo de comércio, prejudicial para a indústria e crescimento dos países”, declarou Matos.
Aproximadamente um terço do café ingerido nos EUA provém do Brasil.
“Não julgo ser economicamente sustentável vender café para os EUA com 50% de imposto. Vamos aguardar o desdobramento disso, mas ficou extremamente complicado”, avaliou um gerente de uma das maiores empresas exportadoras de café do Brasil, sob condição de anonimato.
Em 2024, as exportações de café do Brasil ultrapassaram 50 milhões de sacas de 60 kg pela primeira vez na história, obtendo participação de mercado frente a concorrentes asiáticos. As vendas para os EUA totalizaram 8,13 milhões de sacas no ano passado, representando um crescimento de 34% em relação a 2023.
Contatada, a Associação Nacional do Café (NCA) dos EUA informou que não faria comentários.
Fonte: Money Times