O líder do Banco Central, Gabriel Galípolo, expressou hoje ter consciência de que o Comitê de Política Monetária do BC não será considerado amigável ao definir a taxa Selic em 15%, porém assegurou sentir-se tranquilo por estar seguindo a meta de inflação.
Galípolo também afirmou que ele será o primeiro presidente do BC a redigir duas cartas explicativas sobre o descumprimento da meta de inflação em um intervalo de seis meses.
Com a implementação do sistema de meta de inflação contínua em janeiro, o líder da instituição precisa redigir uma carta aberta ao ministro da Fazenda justificando o descumprimento sempre que a inflação em 12 meses ultrapassar a meta por seis meses seguidos. A divulgação da carta de Galípolo está agendada para esta semana, após a divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de junho.



No início do ano, o BC já havia enviado uma carta explicando os motivos do descumprimento da meta de inflação de 2024.
Galípolo mencionou que será satisfeito quando, para investidores no Brasil, a atenção se voltar mais para o arcabouço institucional da política monetária do que para os nomes dos diretores do BC.
“A firme e determinada maneira com que o Banco Central busca a meta de 3% é um sinal evidente que ele demonstrou”, acrescentou.
Na reunião, Galípolo também reiterou que a eficácia dos meios de transmissão da política monetária no Brasil não está tão eficiente como em outros países, o que não é positivo, salientando que não existe uma solução única para lidar com distorções econômicas que possam estar por trás do problema.
O presidente do BC destacou que a economia apresenta subsídios cruzados que talvez careçam de lógica, destacando que algumas empresas conseguem emitir dívidas com custos menores do que os pagos pelo Tesouro Nacional. Ele também apontou a menor sensibilidade dos juros rotativos do cartão de crédito em relação à taxa Selic.
Fonte: Money Times