O índice de desemprego no Brasil diminuiu mais do que o previsto e alcançou 5,8% no segundo trimestre de 2025 (2T25), estabelecendo o patamar mais baixo desde o início dos registros em 2012.
Com os dados divulgados no dia de hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o percentual apresentou queda significativa em relação aos 7,0% do trimestre anterior, ficando inclusive abaixo das projeções da pesquisa da Reuters, de 6,0%.
Essa estatística mantém o panorama de um mercado de trabalho aquecido no país, com um novo recorde de renda. No mesmo período do ano passado, a taxa de desemprego era de 6,9%.
No intervalo de abril a junho, a renda média mensal real de todos os empregos atingiu R$3.477, também alcançando um patamar recorde.
Isso representa um aumento de 1,1% em relação ao trimestre de janeiro a março deste ano e de 3,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior.
O mercado de trabalho tem se mostrado em crescimento e proporcionando suporte à atividade econômica, especialmente ao consumo das famílias, promovendo gastos. No entanto, esse cenário de renda mais elevada dificulta o controle da inflação, principalmente no setor de serviços.
O Banco Central (BC) optou por manter a Selic, taxa básica de juros, em 15%, projetando sua manutenção por um período prolongado.
No entanto, as tarifas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, agora influenciam as perspectivas.
Nesta quarta-feira (30), ele estabeleceu uma taxa de 50% sobre a maioria dos produtos brasileiros, embora tenha amenizado o impacto ao excluir setores como aviação, energia e suco de laranja das taxas mais elevadas.
No período de três meses até junho, o IBGE aponta que o número de desempregados diminuiu 17,4% em relação ao trimestre anterior, atingindo 6,253 milhões, representando ainda uma redução de 15,4% em comparação com o mesmo período do ano passado.
Já a quantidade de ocupados aumentou 1,8% no trimestre, totalizando 102,316 milhões, um acréscimo de 2,4% em base anual.
“O aumento expressivo da população empregada no trimestre resultou em diversos recordes na série histórica, incluindo a taxa de desemprego mais baixa”, afirmou Adriana Beringuy, coordenadora da pesquisa.
Os trabalhadores com registro em carteira no setor privado atingiram um número recorde de 39,020 milhões no primeiro trimestre, um aumento de 0,9% em relação aos três meses anteriores. Aqueles sem registro aumentaram 2,6%, totalizando 13,539 milhões.
A taxa de participação na força de trabalho de 62,4% e o nível de ocupação (percentual de pessoas empregadas na população em idade ativa) de 58,8% também alcançaram níveis históricos no período.
Beringuy também explicou que os resultados do segundo trimestre levam em consideração as novas projeções populacionais do país de 2024, que incorporam os dados do último Censo Demográfico, realizado em 2022.
Fonte: Money Times