O aumento de atividades nacionais cresceu consecutivamente em maio, mesmo que tenha ficado aquém das previsões, indicando resiliência em meio às expectativas de desaceleração econômica diante de uma política monetária contracionista.
No mês passado, as atividades tiveram um incremento de 0,1% no volume em comparação com o mês anterior, conforme anunciado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (11). A cifra ficou aquém da previsão em pesquisa da Reuters de aumento de 0,2% no período.
Comparativamente ao mesmo período do ano anterior, as atividades tiveram um crescimento de 3,6%, representando o 14º aumento consecutivo e um pouco acima da expectativa de avanço de 3,5% na pesquisa da Reuters. O índice de maio igualou o patamar mais alto da série, atingido anteriormente em outubro de 2024.




“Desde então, o setor de atividades nunca se distanciou muito desse ponto máximo. Em janeiro de 2025 foi onde houve o maior afastamento”, explicou Rodrigo Lobo, analista da pesquisa no IBGE.
O setor de atividades tem se mostrado robusto e sustentando a atividade econômica, com previsão de desaceleração apenas gradual, em meio a um mercado de trabalho favorável e medidas de estímulo à demanda, em um contexto de política monetária restritiva, com o Banco Central elevando a taxa básica de juros para 15% em junho.
O destaque em maio foi a atividade de serviços profissionais, administrativos e suplementares, que teve um aumento de 0,9%, acumulando uma elevação de 2,9% nos últimos quatro meses e voltando a crescer após a estabilidade em abril.
Dentre outros fatores positivos para o desempenho mensal, houve crescimento em outros serviços (+1,5%) e em informação e comunicação (+0,4%). Do lado negativo, ocorreram queda nos transportes (-0,3%) e nos serviços oferecidos às famílias (-0,6%).
De acordo com André Valério, economista sênior do Inter, os dados de maio, apesar de inferiores ao esperado, demonstram a “robustez” do setor de atividades, que continua crescendo em ritmo acelerado. Entretanto, ele observou que o crescimento tem sido sustentado por “componentes de oferta e não cíclicos”.
O banco prevê que, para o restante do ano, o setor continue a desacelerar na margem, acumulando um aumento de 2,5% em 2025.
Fonte: Money Times