Nesta terça-feira (8), o líder máximo Luiz Inácio Lula da Silva enfatizou que os integrantes do grupo Brics são independentes e rejeitam interferências externas, em resposta às advertências expressas pelo mandatário norte-americano, Donald Trump, sobre possíveis taxas adicionais aos países do bloco.
O presidente dos Estados Unidos alegou que a postura do Brics prejudica seus interesses e estendeu tal acusação a quem se alinhe às diretrizes do grupo.
Em um pronunciamento conjunto com o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, em visita oficial a Brasília, Lula afirmou rejeitar qualquer crítica direcionada à recente cúpula do Brics, realizada no Rio de Janeiro.



“Não aceitamos reclamações relativas à reunião do Brics. Discordamos das insinuações do presidente dos Estados Unidos em relação a possíveis tarifas sobre os países integrantes do grupo”, declarou Lula ao lado de Modi.
Nesta data, Trump retomou o tema durante uma reunião na Casa Branca, anunciando a imposição em breve de uma tarifa comercial de 10% aos países do Brics.
O Brics é composto por Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã.
“Queremos deixar claro que somos nações soberanas, não admitimos interferências em nossas decisões soberanas, na maneira como cuidamos de nosso povo”, enfatizou Lula.
“Defendemos o multilateralismo, pois foi o sistema que, pós-Segunda Guerra Mundial, conduziu o mundo a um estado de paz agora ameaçado pelo avanço do extremismo,” acrescentou o ex-presidente.
No dia anterior, Lula já havia manifestado sua contrariedade com as ameaças de Trump de impor tarifas extras aos países do Brics, assim como com um post do presidente dos EUA em suas redes sociais defendendo Jair Bolsonaro e classificando como “caça às bruxas” o processo no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o ex-presidente brasileiro.
Fonte: Money Times