No momento, abolsa nacionalatravessa uma fase sem empresas interessadas em se tornarem públicas por meio de uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês). Com a taxa Selic em 15% ao ano, é complicado prever quando as empresas retornarão à B3. Contudo, oMercado Bitcoin (MB) sugere uma possível resolução para esse cenário.
“Eu preferiria realizar um IPO tokenizado, pois seria a alternativa mais vantajosa”, explica o CEO do MB, Reinaldo Rabelo, em uma entrevista ao .
Para ele, essa seria uma solução mais econômica tanto para a plataforma de criptomoedas quanto para os potenciais investidores.


Isso se deve ao fato de que lançar e manter uma companhia listada em bolsa é bastante dispendioso — razão pela qual tantas empresas optaram por sair do Novo Mercado desde 2021, quando ocorreu o último IPO na B3.
Da mesma forma, realizar um “IPO tokenizado” também tende a alcançar um público mais amplo, uma vez que esses tokens se mostram mais acessíveis do que ações e proporcionam um acesso simplificado ao investidor.
“Fazer isso por meio de um token seria mais adequado à nossa essência como empresa de criptomoedas desde o início”, diz Rabelo.
Mesmo assim, o executivo do MB ressalta que não considera o momento propício para buscar recursos desse tipo, embora o exchange esteja estudando seu IPO com cuidado há anos. “Precisamos ter confiança em um mercado mais estável e evitar desperdiçar energia”.
Adeus, Brasil? O Mercado Bitcoin e a expansão global
Rabelo destaca que as criptomoedas permanecem independentes do contexto econômico e político nacional.
Entretanto, medidas como a alteração do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e a Medida Provisória (MP) que modifica a tributação de tributos sobre ativos digitais prejudicaram o investidor local.
Segundo o executivo, essas medidas beneficiam as plataformas e corretoras estrangeiras de criptomoedas que atuam no Brasil — “às vezes, sem qualquer regulamentação”, lembra Rabelo.
Dessa forma, quanto a deixar o Brasil, o CEO do MB não exclui essa possibilidade. “Queremos ser uma empresa brasileira para o mundo, mas, se necessário, seremos uma empresa global para o Brasil”.
Tecnologia em cripto e o ataque à C&M Software
Na semana passada, o mercado financeiro local foi impactado pela notícia de que aC&M Software foi usada para desviar recursos das contas reservas do Banco Central.
O ataque cibernético conseguiu retirar cerca de US$ 1 bilhão, embora os valores oficiais ainda não tenham sido divulgados. Parte desse montante pode ter sido convertida em criptomoedas, usando plataformas de corretagem de cripto.
Sobre esse assunto, o CEO do MB destaca a importância da regulação das plataformas de criptomoedas.
Ele argumenta, por exemplo, que empresas que implementam políticas de combate à lavagem de dinheiro e contra crimes envolvendo ativos digitais conseguiram evitar atividades ilegais e movimentos suspeitos.
Conforme a lei, as empresas que prestam serviços de criptomoedas já estão sujeitas à regulação do Banco Central, embora isso ainda não se concretize. “Se essa regra estivesse implementada, certamente teríamos mais bloqueios”, comenta.
Quanto à regulamentação do mercado, Rabelo receia que os avanços significativos na legislação de criptomoedas do Brasil sejam descartados devido ao ataque cibernético.
“Muitas vezes, uma crise como essa ressuscita os antigos incumbentes, que culpam a inovação, as startups, o empreendedorismo, quando, na realidade, a responsabilidade recai sobre a má conduta de agentes que operam fora das normas e leis. Não podemos descartar o progresso junto com os desvios”.
Fonte: Money Times