A projeção da instituição financeira Inter foi ajustada, passando de 5,3% para 4,9% em 2025 e de 4,4% para 4,3% em 2026. Essa revisão considera a postura mais rígida da taxa de juros básica e a vantagem na cotação da moeda estrangeira.
A cotação mais favorável da moeda estrangeira, próxima a R$ 5,50, já está refletindo em uma redução nos preços de matérias-primas e produtos industriais, como evidenciado nos últimos dados do IGPM. Os valores dos alimentos também tiveram uma queda mais rápida do que o previsto, com resultados surpreendentemente inferiores.
De acordo com a economista-chefe, Rafaela Vitória, os índices de inflação de serviços e medidas de núcleo permanecem elevados, porém já apresentam sinais de desaceleração, indicando que o ponto mais alto da inflação já foi atingido.



“Prevemos que o IPCA siga em queda ao longo do segundo semestre de 2025 e fique abaixo das expectativas do mercado”, declara.
A política monetária mais rígida já está impactando a concessão de crédito, e a atividade econômica doméstica deve continuar em declínio, o que contribuirá para a continuidade da redução da inflação.
O Inter mantém a expectativa de redução das taxas de juros a partir do final do ano. Apesar do tom mais duro na ata do Copom, a desaceleração da atividade econômica e a cotação favorável da moeda estrangeira devem contribuir para uma desaceleração maior da inflação do que a esperada no segundo semestre, permitindo o início dos cortes ainda este ano.
A economista afirma ainda que a incerteza internacional, com redução nos preços das commodities e uma moeda estrangeira mais fraca, deve favorecer a concretização do risco baixista para a inflação.
Vitória ainda sugere que uma maior disciplina fiscal e um ambiente político com menor incerteza, possibilitando maior previsibilidade em relação aos ajustes necessários a partir de 2027, podem contribuir para a estabilização das expectativas, permitindo uma redução mais acentuada na taxa Selic.
Fonte: Money Times