A XP Investimentos está considerando a possibilidade de o Comitê de Política Monetária (Copom) anunciar uma nova elevação de 0,25 ponto percentual (p.p.) na Selic durante a reunião de 17 e 18 de junho. Dessa maneira, os juros passariam de 14,75% ao ano para 15,00%.
O aperto monetário poderá continuar, especialmente se a medida do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) for revertida, diante de uma atividade robusta e expectativas inflacionárias desalinhadas.
“A economia segue aquecida e as projeções de inflação de médio prazo permanecem acima da meta. Essa situação justificaria uma nova elevação da taxa Selic”, afirma o economista-chefe Caio Megale ao antecipar que, após essa medida, os juros devem permanecer estáveis por um período prolongado.



Megale ressalta, no entanto, que os membros do Copom têm enfatizado mais a intenção de manter juros elevados por um longo período do que a possibilidade de novas elevações a curto prazo. Adicionalmente, o acréscimo nas alíquotas do IOF, se mantido, poderá restringir as condições de crédito.
Nesse sentido, a XP espera que o Copom encerre o ciclo de elevações da taxa de juros neste mês e, inclusive, revisou para baixo a expectativa da taxa final de 15,00% para 14,75% — valor atual da Selic.
“Dada a comunicação oficial mais suave e o aumento no IOF, reduzimos recentemente nossa projeção para a taxa final da Selic, de 15,50% para 15,00% (em 05/mai) e, posteriormente, para 14,75% (23/mai)”, menciona Megale.
O economista-chefe da instituição destaca que o desafio da política monetária permanece constante, independentemente da decisão deste mês.
“Em nossa perspectiva principal, a manutenção de juros restritivos e uma política fiscal (provavelmente) mais equilibrada a partir de 2027 devem possibilitar ao Copom iniciar um ciclo gradual de flexibilização monetária a partir do 2º trimestre de 2026”, avalia.
Fonte: Money Times